Visita de fim de tarde
Vem ela bater na porta da gente
Que esquece rápido que padece rápido
Logo a gente que mora tão bem
Que já tem guarda-chuva
Tem chave e tem grade
Tem sorvete lá na casa da gente
Tem chá mate
Vem ela bater na porta da gente
Que é limpo, que usa sabonete
Lustra o sapato
Segura na asa da caneca
Não tem nada a ver isso de incomodar
Logo a gente que se deita cedo
Que assiste a novela e o telejornal
Vem ela bater na porta da gente
Não dá pra ver nada
Cegou nosso olho-mágico
Logo à gente ofereceu umas balas
De anis
E, depois, umas de arma.