De Um nascem Outros
Estava eu indo em blogs alheios-não-tão-alheios-assim, quando me deparei com um trecho brilhante. As honras vão para...tchan dã dã dã...Bianca!
O divino se revela em nós quando vemosEsse foi um daqueles trechos que você lê e sente que tem alguma coisa além pra você procurar, como se fosse uma parede com passagem secreta, sabe? Pois bem, tirei o tijolo falso e fui procurar o segredo. E descobri. Descobri que para tudo que é meu, há o que vem de fora. Que nada do que é meu, realmente me pertence. Descobri que mesmo o que eu sou, não é de todo meu.
alguém saindo de nós mesmos, porém não sendo “nosso”.
[um narrador irônico diria "que grande descoberta, hum?"]
Sim, grandiosíssima. Me anima descobrir coisas em mim que não são minhas... me descobrir ouvinte, obediente, paciente, esperançosa, atuante... Se realmente dependesse de mim, não seria assim. Ah, mas não seria mesmo. E com você não seria tão diferente, vai, convenhamos.
Das coisas que não são minhas, tateei e descobri Outros. Foi um susto. Eu já tinha pensando que se o senso de coletividade não fosse quase uma utopia, o mundo seria bem melhor... ainda chego a acreditar nisso com uma tímida energia. "Se dos meus interesses abro mão...", ah, posso até formar imagens com o que viria a ser isso!
Se dos meus interesses abro mão, levanto os meus olhos. Páro de simplesmente olhar pro que as minhas mãos fazem, pros meus pés – que talvez os jugue mais bonitos do que são na Realidade...passo a olhar em olhos alheios. Olhos de Outros. Olho em olhos espertos, sedentos, traiçoieiros, agradecidos, infantis, sorridentes, sedutores, ébrios, bondosos, cuidadosos, tímidos, amorosos...
Páro nos olhos amorosos.
Penso que se não é Jesus, deve ser, de alguma forma, Ele mesmo. Inconfundível, já os olhei antes. E em todos os outros olhos, olhando-os novamente, vejo. Vejo Outros. Vejo além do que meramente olho, vejo melhor os interesses que posso tomar por meus. Olhar pra Jesus significa fundir o olhar com o discernir. Então, ao olhar para Ele posso finalmente ver.
E nesse tateio descubro que já encontrei pistas dessas em outro lugar. Uma doce alegria refresca a minha mente, me lembra da minha não-originalidade baseada. De novo, e que se coloquem risos de alívio por aqui, acaba de sair de mim alguém que não é meu... minha divina descoberta.